Este simulado foi estruturado para testar seus conhecimentos em Criminologia, explorando temas que abrangem desde os fundamentos teóricos até as escolas criminológicas e o impacto social do sistema penal. As questões foram elaboradas com alto nível de dificuldade, ideal para concursos de nível superior, e apresentam enunciados detalhados que exigem raciocínio crítico e interdisciplinar.

1. Na criminologia, o estudo do comportamento criminoso é fundamental para entender os fatores que levam à prática de delitos. A abordagem interdisciplinar dessa ciência permite analisar os crimes sob diversas perspectivas. Qual dos métodos abaixo é mais utilizado para identificar padrões de reincidência criminal?
a) Método normativo, que estuda exclusivamente a legislação penal.
b) Método clínico, baseado na análise psicológica de cada indivíduo.
c) Método comparativo, que avalia dados de diferentes sistemas penais.
d) Método experimental, que reproduz crimes em ambientes controlados.
e) Método estatístico, que compila informações sobre delitos e perfis de criminosos.

2. A Escola Clássica da Criminologia, representada por Cesare Beccaria, fundamentou-se em ideias iluministas e propôs mudanças significativas no sistema penal. Uma das principais contribuições dessa escola foi:
a) O desenvolvimento da teoria da neutralização do desvio.
b) A exclusão de menores do sistema penal.
c) A aplicação de medidas preventivas baseadas na fisiologia do criminoso.
d) O princípio de que a pena deve ser proporcional ao delito.
e) A defesa de penas baseadas no arrependimento moral do criminoso.

3. A Escola Positivista, diferente da Clássica, focou em identificar características individuais que predispõem ao crime. Nesse contexto, Cesare Lombroso desenvolveu o conceito de criminoso nato. Esse conceito baseava-se principalmente na ideia de que:
a) Os atos criminosos são resultados de escolhas racionais e conscientes.
b) Características físicas e biológicas poderiam indicar propensão ao crime.
c) A reincidência criminal é explicada pelo histórico de traumas emocionais.
d) O ambiente social é o principal fator determinante do comportamento criminoso.
e) Os valores culturais moldam a predisposição ao delito.

4. A Criminologia Crítica, ao contrário das escolas clássica e positivista, apresenta uma visão sociológica do crime. Essa abordagem sustenta que:
a) A biologia do indivíduo deve ser o foco para a prevenção de crimes violentos.
b) O sistema penal reforça desigualdades sociais e criminaliza os mais vulneráveis.
c) A aplicação de penas severas reduz significativamente a criminalidade.
d) O crime é sempre resultado de patologias mentais.
e) O crime é um fenômeno exclusivamente individual, desvinculado das estruturas sociais.

5. O método empírico é uma das principais ferramentas da criminologia contemporânea. Ele é caracterizado por:
a) Experimentos laboratoriais com réplicas de crimes históricos.
b) Observação e análise de dados reais, como taxas de criminalidade e padrões sociais.
c) Uso exclusivo de modelos matemáticos para prever condutas delitivas.
d) Estudos baseados em especulações filosóficas sobre o comportamento humano.
e) Avaliação de narrativas literárias que descrevem crimes famosos.

6. O conceito de anomia, introduzido por Émile Durkheim e utilizado na Criminologia, refere-se a:
a) A ausência de punições severas em sociedades com alto índice de criminalidade.
b) A falta de normas ou ruptura dos padrões sociais que regulam o comportamento.
c) O isolamento social causado pela segregação penal.
d) A incapacidade do sistema educacional de prevenir o desvio social.
e) A desordem psicológica que leva à prática de crimes violentos.

7. O sistema penal, de acordo com a criminologia crítica, é frequentemente associado à manutenção de uma ordem social desigual. Nesse contexto, qual é a principal crítica ao sistema penal vigente?
a) Ele reforça a exclusão de classes vulneráveis e perpetua o estigma social.
b) Ele prioriza crimes de menor potencial ofensivo, desconsiderando delitos violentos.
c) Ele aplica penas desproporcionais aos crimes cometidos por menores.
d) Ele desconsidera fatores genéticos na aplicação das sanções penais.
e) Ele negligencia completamente a reabilitação de infratores reincidentes.

8. A criminologia moderna utiliza o conceito de vitimização para analisar os efeitos do crime. Nesse sentido, a vitimologia estuda:
a) O impacto das leis penais em comunidades de baixa renda.
b) As características das vítimas e sua relação com a ocorrência do crime.
c) Os perfis psicológicos de criminosos reincidentes.
d) A influência do sistema penal sobre os acusados.
e) A redução da criminalidade por meio de campanhas educativas.

9. Na criminologia crítica, o conceito de criminalização secundária refere-se a:
a) A exclusão de determinadas condutas da esfera penal.
b) A aplicação de penas adicionais a reincidentes.
c) O estigma social gerado pelo contato com o sistema penal.
d) A desconsideração de contextos socioeconômicos na análise do crime.
e) O processo de tipificação de condutas no Código Penal.

10. O modelo abolicionista de criminologia defende que:
a) O sistema penal tradicional deve ser substituído por formas alternativas de resolução de conflitos.
b) O crime deve ser erradicado por meio de penas mais severas.
c) O aumento da repressão policial é essencial para reduzir a criminalidade.
d) A educação deve ser o único meio de prevenção ao crime.
e) O encarceramento é o único método eficaz de controle social.

11. A teoria das subculturas delitivas, desenvolvida por Albert Cohen, sustenta que:
a) Grupos marginalizados criam sistemas de valores próprios que justificam a delinquência.
b) O crime é sempre resultado de impulsos biológicos incontroláveis.
c) A delinquência juvenil ocorre devido à falha no sistema educacional formal.
d) A criminalidade é consequência direta de traumas psicológicos familiares.
e) As normas sociais dominantes inibem a criminalidade em comunidades carentes.

12. Na criminologia positivista, a teoria da "zona de transição" proposta pela Escola de Chicago analisa:
a) A relação entre características genéticas e tendências criminais.
b) A influência de mudanças urbanas na dinâmica da criminalidade.
c) O impacto da tecnologia na propagação de condutas delitivas.
d) A contribuição da mídia para o aumento de crimes violentos.
e) A interação entre sistemas educacionais e a redução de crimes.

13. A relação entre sistema penal e questão social pode ser exemplificada pela teoria da seletividade penal, que argumenta que:
a) O sistema penal foca prioritariamente nos crimes cometidos por indivíduos de baixa renda.
b) Todos os cidadãos são tratados de forma igualitária no sistema penal.
c) A aplicação das penas depende exclusivamente da gravidade do crime.
d) As leis penais são aplicadas sem discriminação socioeconômica.
e) O aumento da criminalidade ocorre devido à ausência de penas severas.

14. A criminologia feminista critica o sistema penal tradicional argumentando que:
a) O sistema penal é estruturado para reforçar desigualdades de gênero.
b) Os crimes cometidos por mulheres são desconsiderados na aplicação das penas.
c) Mulheres são frequentemente excluídas de posições de autoridade na polícia.
d) A criminalidade feminina é superior à masculina em determinados contextos.
e) Os crimes contra mulheres são analisados com maior rigor.

15. A teoria do etiquetamento (labelling approach) sustenta que:
a) As normas sociais são eficazes na prevenção de crimes de maior potencial ofensivo.
b) O sistema penal contribui para a estigmatização de indivíduos, reforçando a criminalidade.
c) O estigma social é um fator irrelevante na reincidência criminal.
d) O comportamento criminoso é causado por fatores biológicos.
e) A delinquência juvenil é resultado direto da ausência de autoridade parental.

16. Na criminologia clássica, a prevenção geral tem como objetivo:
a) Reabilitar o infrator para reintegrá-lo à sociedade.
b) Criar um ambiente de medo ao crime, desestimulando condutas ilícitas.
c) Estabelecer penas alternativas ao encarceramento.
d) Focar em fatores sociais para reduzir o risco de reincidência.
e) Garantir que apenas os crimes mais graves sejam punidos.

17. A teoria da associação diferencial, proposta por Edwin Sutherland, defende que:
a) O comportamento criminoso é aprendido por meio de interações sociais.
b) A criminalidade é inversamente proporcional ao nível educacional do indivíduo.
c) A delinquência é mais comum em comunidades economicamente estáveis.
d) As diferenças genéticas entre os indivíduos determinam a criminalidade.
e) A criminalidade pode ser eliminada com punições exemplares.

18. Na criminologia crítica, a função ideológica do sistema penal é entendida como:
a) Um sistema completamente neutro na aplicação das leis.
b) Um meio de manutenção das estruturas de poder e controle social.
c) Uma ferramenta para assegurar justiça social por meio da igualdade.
d) Um mecanismo que reduz significativamente as desigualdades econômicas.
e) Uma forma de ressocialização baseada em critérios objetivos.

19. A teoria do controle social de Travis Hirschi sugere que a conformidade às normas sociais é garantida por:
a) Estruturas legais rígidas e inflexíveis.
b) Laços sociais fortes que inibem comportamentos desviantes.
c) Punições severas que desencorajam desvios.
d) Sistemas educativos baseados em princípios morais absolutos.
e) Recompensas financeiras em sociedades igualitárias.

20. A criminologia contemporânea analisa o impacto do encarceramento em massa nas sociedades modernas. Qual é uma das principais consequências apontadas?
a) O fortalecimento das comunidades locais.
b) O aumento das desigualdades sociais e econômicas.
c) A ampliação do acesso a programas de reabilitação.
d) A redução significativa das taxas de reincidência.
e) A diminuição de crimes de baixa periculosidade.

21. A criminologia crítica apresenta uma visão distinta sobre a origem e o impacto do crime na sociedade. De acordo com essa abordagem, qual é o papel do Estado no processo de criminalização secundária?
a) Reforçar a segregação social ao perpetuar a exclusão das classes marginalizadas.
b) Identificar padrões de reincidência criminal com base em dados estatísticos.
c) Agir como um mediador neutro no conflito entre infratores e vítimas.
d) Garantir a equidade na aplicação das leis para todos os cidadãos.
e) Priorizar a reabilitação do infrator como forma de prevenção de novos crimes.

22. A Escola Clássica da Criminologia enfatizou a importância da proporcionalidade das penas e do livre arbítrio como fundamento do comportamento humano. Nesse contexto, o princípio do livre arbítrio significa que:
a) Os indivíduos agem conscientemente e são responsáveis por suas escolhas.
b) A prática do crime está diretamente relacionada a fatores biológicos hereditários.
c) O comportamento criminoso é um reflexo de traumas psicológicos anteriores.
d) Todo comportamento criminoso é resultado de influências sociais inevitáveis.
e) A criminalidade pode ser reduzida eliminando desigualdades socioeconômicas.

23. A teoria do etiquetamento ou "labelling approach" critica a maneira como o sistema penal influencia os indivíduos rotulados como criminosos. De acordo com essa teoria, o principal efeito do rótulo é:
a) Promover a neutralidade do sistema penal na aplicação das leis.
b) Reforçar a confiança do indivíduo em sua reintegração social.
c) Estigmatizar o indivíduo, aumentando as chances de reincidência.
d) Facilitar o acesso do indivíduo a programas de ressocialização.
e) Estimular a comunidade a apoiar a reabilitação do infrator.

24. Na criminologia positivista, os fatores biológicos foram utilizados para explicar a predisposição ao crime. Cesare Lombroso, um dos fundadores dessa escola, classificou os criminosos em diferentes categorias. Qual das características abaixo era atribuída ao "criminoso nato"?
a) Influência de condições econômicas desfavoráveis.
b) Traços físicos atípicos que indicavam inferioridade biológica.
c) Falta de acesso à educação formal.
d) Propensão ao crime como resultado de traumas psicológicos.
e) Comportamento delinquente moldado por associações sociais.

25. A teoria das janelas quebradas sugere que pequenas desordens em um ambiente podem levar a um aumento da criminalidade. Qual seria uma aplicação prática dessa teoria no contexto da prevenção criminal?
a) Melhorar a infraestrutura e manutenção de espaços públicos.
b) Focar exclusivamente na reabilitação de infratores reincidentes.
c) Aumentar a presença policial em áreas de alta criminalidade.
d) Investir em campanhas educativas para reduzir preconceitos sociais.
e) Implementar penas mais severas para crimes violentos.

26. A criminologia contemporânea reconhece a vitimização como um elemento central para a compreensão do crime. Uma das propostas mais recentes para diminuir a vitimização secundária das vítimas é:
a) Garantir suporte psicológico e social durante o processo penal.
b) Reduzir o número de recursos disponíveis para os réus.
c) Limitar o acesso das vítimas aos processos judiciais.
d) Excluir o depoimento das vítimas de crimes sexuais em audiências públicas.
e) Priorizar crimes violentos na agenda legislativa.

27. A Escola de Chicago introduziu conceitos inovadores na criminologia, como a teoria da desorganização social. De acordo com essa teoria, a criminalidade é mais prevalente em:
a) Áreas urbanas marcadas pela instabilidade social e alta rotatividade populacional.
b) Regiões rurais com baixos índices de urbanização.
c) Comunidades economicamente estáveis com forte coesão social.
d) Sociedades homogêneas com poucos conflitos culturais.
e) Locais onde há excesso de controle estatal sobre os cidadãos.

28. A teoria do conflito social, desenvolvida no campo da criminologia crítica, argumenta que:
a) O sistema penal reflete e perpetua os interesses das classes dominantes.
b) A criminalidade é resultado exclusivo de fatores psicológicos individuais.
c) A desigualdade econômica não afeta a distribuição do crime na sociedade.
d) O comportamento delinquente é universal, independente do contexto social.
e) O sistema penal é neutro e alheio às disputas de poder entre grupos sociais.

29. O conceito de "anomia" foi introduzido por Émile Durkheim e adaptado por Robert Merton no estudo da criminalidade. Merton utilizou esse conceito para explicar como:
a) A incongruência entre metas culturais e meios legítimos para alcançá-las gera condutas desviantes.
b) A falta de normas sociais leva à prática de crimes violentos.
c) A exclusão social elimina a delinquência juvenil em comunidades tradicionais.
d) A urbanização descontrolada promove a violência interpessoal.
e) A biologia humana influencia diretamente o comportamento criminoso.

30. A criminologia feminista contribuiu para a análise crítica do sistema penal ao destacar que:
a) O sistema penal historicamente marginaliza as mulheres tanto como criminosas quanto como vítimas.
b) Os estudos de gênero têm pouca influência na análise criminológica.
c) As mulheres são menos propensas a cometer crimes devido a fatores biológicos.
d) A criminalidade feminina é irrelevante nas estatísticas de reincidência.
e) A sociedade deve focar na prevenção de crimes cometidos contra crianças.

31. A criminologia clássica defende que as penas devem ser fundamentadas em princípios racionais. O principal objetivo da pena, segundo Cesare Beccaria, é:
a) Prevenir crimes futuros por meio da intimidação geral.
b) Compensar financeiramente as vítimas por danos sofridos.
c) Reeducar o infrator por meio de trabalho forçado.
d) Ressocializar os criminosos para reduzir a reincidência.
e) Aplicar sanções com base em fatores biológicos hereditários.

32. A seletividade penal é um tema central na criminologia crítica. Ela sustenta que:
a) Determinadas classes sociais e grupos minoritários são desproporcionalmente criminalizados.
b) O sistema penal é equitativo na aplicação das leis.
c) A maioria das infrações leves é ignorada pelas autoridades judiciais.
d) O sistema educacional é o principal responsável pela diminuição da criminalidade.
e) A aplicação das penas é baseada exclusivamente na gravidade do crime.

33. A criminologia contemporânea tem enfatizado a importância da justiça restaurativa como alternativa ao modelo punitivo tradicional. Essa abordagem busca:
a) Promover a reparação dos danos causados às vítimas e a restauração das relações sociais.
b) Ressocializar os infratores por meio de medidas educativas.
c) Garantir que as penas aplicadas sejam proporcionais ao delito.
d) Reforçar o encarceramento como ferramenta de prevenção criminal.
e) Penas mais severas para crimes hediondos.

34. A teoria da associação diferencial, desenvolvida por Edwin Sutherland, propõe que:
a) O comportamento criminoso é aprendido por meio de interações sociais com indivíduos que possuem valores delinquentes.
b) A exposição a condições adversas economicamente gera criminalidade.
c) A criminalidade juvenil é uma questão cultural.
d) O crime é exclusivamente resultado de fatores genéticos e biológicos.
e) O comportamento criminoso é hereditário.

35. A criminologia positivista baseava-se na ideia de que o comportamento criminoso era determinado. Entre as críticas a essa abordagem, destaca-se:
a) A redução do indivíduo a aspectos biológicos, ignorando fatores contextuais e sociais.
b) A aplicação universal de teorias desenvolvidas em contextos específicos.
c) A inexistência de análises psicológicas no estudo do comportamento criminoso.
d) A ênfase excessiva em fatores sociais como determinantes do crime.
e) A falta de embasamento empírico nas teorias sociológicas.

36. Na teoria da subcultura delitiva, propõe-se que a delinquência surge como uma resposta à:
a) Falta de oportunidades legítimas para atingir os objetivos culturais dominantes.
b) Urbanização desordenada e rápida.
c) Exclusão total de indivíduos reincidentes do mercado de trabalho.
d) Ausência de normas sociais em comunidades isoladas.
e) Má influência de instituições educacionais sobre os jovens.

37. A vitimologia é um campo da criminologia que analisa o papel da vítima no crime. Entre as categorias de vítimas, destaca-se a vítima provocadora, que é caracterizada por:
a) Ter provocado de forma consciente ou inconsciente a ação do agressor.
b) Participar ativamente de práticas criminosas em grupo.
c) Fornecer provas falsas para induzir à prisão de um inocente.
d) Ser incapaz de resistir ao ataque por razões biológicas ou sociais.
e) Estar ausente do local do crime durante sua execução.

38. O conceito de controle social é central na criminologia. Ele se refere à:
a) Capacidade de uma sociedade em regular o comportamento de seus membros por meio de normas formais e informais.
b) Exclusão de indivíduos reincidentes do sistema de educação formal.
c) Monitoramento constante de todas as ações dos cidadãos pelo Estado.
d) Aplicação de penas severas para inibir comportamentos desviantes.
e) Dependência do sistema penal para garantir a ordem pública.

39. O modelo abolicionista, defendido por Louk Hulsman, propõe:
a) A substituição do sistema penal por formas alternativas de resolução de conflitos, focando em práticas restaurativas.
b) A extinção de todas as penas privativas de liberdade para crimes não violentos.
c) A ampliação das penas alternativas para crimes de baixa periculosidade.
d) A aplicação de penas simbólicas para crimes econômicos.
e) A centralização do poder punitivo no sistema educacional.

40. A criminologia crítica enfatiza o conceito de controle ideológico como:
a) O uso do sistema penal para garantir a manutenção da hierarquia social e econômica.
b) Uma prática voltada à modernização dos instrumentos penais.
c) Um mecanismo exclusivo para reduzir a reincidência criminal.
d) Uma estratégia para promover a igualdade no sistema penal.
e) Uma ferramenta de análise biológica de comportamentos criminosos.

41. A teoria do consenso, amplamente estudada na criminologia tradicional, sugere que o crime ocorre quando indivíduos violam normas compartilhadas por todos os membros da sociedade. Qual crítica central é apresentada pela criminologia crítica contra essa teoria?
a) Ela considera que o comportamento criminoso é resultado de fatores genéticos.
b) Ela negligencia a influência das desigualdades sociais na criação e imposição das normas.
c) Ela ignora a importância das políticas públicas no combate à criminalidade.
d) Ela assume que todos os indivíduos têm as mesmas oportunidades de cumprir as normas.
e) Ela foca exclusivamente em crimes violentos, ignorando delitos econômicos.

42. Na Escola Clássica da Criminologia, Beccaria enfatizou que as penas deveriam ser suficientes para prevenir o crime sem excessos. Qual seria, segundo essa perspectiva, o impacto de penas desproporcionais?
a) Diminuiriam a taxa de criminalidade por meio do medo generalizado.
b) Reduziriam a reincidência criminal em crimes violentos.
c) Gerariam insatisfação social e descrédito no sistema de justiça.
d) Garantiriam maior eficiência na aplicação das sanções penais.
e) Aumentariam o respeito pela autoridade judicial.

43. A teoria da neutralização, proposta por Gresham Sykes e David Matza, aborda as justificativas utilizadas por criminosos para minimizar a gravidade de seus atos. Um exemplo de neutralização seria:
a) A tentativa de mudar de comportamento após a prática de um crime.
b) A confissão imediata como forma de reduzir a pena aplicada.
c) A escolha de vítimas específicas como estratégia de controle social.
d) A negação de responsabilidade, alegando que o ato foi inevitável devido às circunstâncias.
e) A justificativa do crime como resultado de uma patologia mental.

44. A Escola Positivista da Criminologia fundamentou-se na ideia de que o crime tem causas determinantes que podem ser científicas e mensuráveis. Cesare Lombroso, um de seus precursores, propôs o conceito de atavismo. Qual é a base desse conceito?
a) Certos indivíduos apresentam características ancestrais que os predispõem ao crime.
b) A criminalidade é fruto de fatores econômicos e culturais desiguais.
c) O ambiente urbano gera maior propensão ao crime em comparação ao rural.
d) O comportamento delitivo é aprendido por meio de relações sociais.
e) A punição severa é o único meio eficaz para conter o comportamento criminoso.

45. A criminologia crítica avalia o sistema penal como uma ferramenta de controle das classes menos favorecidas. Segundo essa visão, qual é uma consequência direta da seletividade penal?
a) A exclusão de crimes ambientais da pauta penal prioritária.
b) A neutralidade das penas em relação aos grupos de poder econômico.
c) O aumento das desigualdades sociais pela criminalização de condutas específicas.
d) A redução das taxas de reincidência em comunidades vulneráveis.
e) A garantia de direitos iguais entre diferentes grupos sociais.

46. A teoria das zonas concêntricas, desenvolvida pela Escola de Chicago, analisa como o ambiente urbano influencia o comportamento criminoso. Qual é o conceito central dessa teoria?
a) O ambiente natural tem pouca ou nenhuma influência sobre o comportamento delitivo.
b) Áreas urbanas mais próximas ao centro apresentam maior desorganização social e, consequentemente, maior criminalidade.
c) As regiões rurais possuem taxas de crime mais elevadas devido à ausência de controle estatal.
d) Os níveis de criminalidade são homogêneos em todas as zonas de uma cidade.
e) O crime ocorre exclusivamente em áreas com alta densidade populacional.

47. A teoria da tensão, desenvolvida por Robert Merton, propõe que o comportamento delitivo surge como resposta a uma discrepância entre os objetivos culturais e os meios disponíveis para alcançá-los. Qual exemplo ilustra essa teoria?
a) Um criminoso reincide devido à ausência de políticas de reabilitação eficazes.
b) Um jovem pratica atos violentos para afirmar sua identidade em uma subcultura.
c) O crime ocorre por influência de associações com grupos delinquentes.
d) Um indivíduo rouba um banco devido à pressão social para demonstrar sucesso econômico.
e) Uma pessoa comete um crime após sofrer negligência parental na infância.

48. A criminologia feminista introduziu um olhar diferenciado sobre a questão criminal. Uma de suas principais contribuições foi:
a) A exclusão das mulheres do sistema penal devido à baixa incidência de crimes cometidos por elas.
b) A ampliação do conceito de crimes passionais no sistema jurídico.
c) A análise de como as normas penais tradicionalmente reforçam a desigualdade de gênero.
d) A aplicação de penas mais severas para crimes de violência doméstica.
e) O aumento da criminalização de condutas relacionadas ao aborto.

49. A vitimologia, enquanto campo da criminologia, estuda as interações entre criminosos e vítimas. Qual é uma característica típica da vítima vulnerável?
a) Não possui relação com o agressor e foi alvo de um crime aleatório.
b) Atua como mediadora entre criminosos e o sistema penal.
c) Participa ativamente de condutas delitivas antes de ser vitimada.
d) Pertence a um grupo social ou econômico marginalizado, o que aumenta sua exposição ao crime.
e) É protegida pelas normas legais vigentes, reduzindo sua exposição ao crime.

50. Na teoria do etiquetamento, o processo de criminalização é dividido em etapas. Qual delas representa a criminalização secundária?
a) A exclusão de práticas culturais do escopo da legislação penal.
b) O estigma social e institucional enfrentado pelo indivíduo após a condenação.
c) A tipificação legal de uma conduta como crime.
d) A punição de atos ilícitos sem registro formal no sistema penal.
e) A criação de leis que favorecem minorias em detrimento de grupos majoritários.

51. A teoria das janelas quebradas, amplamente difundida na criminologia, sugere que pequenos sinais de desordem em um ambiente:
a) Não têm impacto significativo nas taxas de criminalidade local.
b) Representam a falta de policiamento ostensivo.
c) Refletem unicamente o nível econômico da comunidade.
d) São consequências diretas da urbanização acelerada.
e) Estimulam a sensação de impunidade, levando a crimes mais graves.

52. Na criminologia crítica, o conceito de "direito penal do inimigo" é amplamente discutido. Ele descreve:
a) A exclusão total de direitos fundamentais para todos os condenados.
b) A ampliação dos direitos processuais dos réus em casos de grande repercussão.
c) A proteção de grupos vulneráveis por meio de sanções mais brandas.
d) A aplicação de penas diferenciadas a infratores considerados perigosos para a ordem social.
e) A criminalização de condutas com baixa repercussão social.

53. A teoria da prevenção situacional busca reduzir as oportunidades para o cometimento de crimes. Um exemplo dessa abordagem é:
a) O aumento das penas privativas de liberdade para crimes violentos.
b) A instalação de câmeras de segurança em locais públicos.
c) A criação de programas de ressocialização para infratores.
d) A oferta de subsídios para empresas privadas em áreas de risco.
e) A construção de presídios em áreas rurais.

54. A teoria do conflito, uma das bases da criminologia crítica, argumenta que o sistema penal é uma ferramenta de:
a) Redução da reincidência em crimes de alto impacto social.
b) Controle das classes trabalhadoras pelos grupos economicamente dominantes.
c) Promoção da paz social por meio da repressão de crimes violentos.
d) Aplicação neutra e equitativa das normas penais.
e) Reabilitação de indivíduos com comportamentos desviantes.

55. A criminologia ambiental analisa como fatores físicos e espaciais influenciam a ocorrência de crimes. De acordo com essa perspectiva, qual elemento tem maior impacto na redução da criminalidade em áreas urbanas?
a) Controle rigoroso da emissão de ruídos em áreas centrais.
b) Construção de zonas industriais distantes de áreas residenciais.
c) Iluminação pública eficiente em regiões de alta densidade populacional.
d) Substituição de edifícios antigos por centros comerciais modernos.
e) Aumento do número de agentes penitenciários.

56. A relação entre criminalidade e desigualdade social é um dos temas centrais da criminologia crítica. Qual é a principal conclusão dessa abordagem?
a) A exclusão social é irrelevante para os padrões de comportamento criminoso.
b) As políticas públicas são suficientes para eliminar as causas do crime.
c) O crime é muitas vezes uma resposta direta às condições de desigualdade estrutural.
d) A redução de penas é a solução mais eficaz para a criminalidade.
e) A criminalidade ocorre de maneira uniforme entre todas as classes sociais.

57. A teoria da associação diferencial, formulada por Edwin Sutherland, explica a criminalidade com base em:
a) Diferenças biológicas que influenciam o comportamento desviado.
b) Traumas psicológicos ocorridos durante a infância.
c) Interações sociais que promovem a aprendizagem de valores e técnicas delitivas.
d) Desigualdades educacionais que perpetuam o ciclo criminal.
e) Barreiras econômicas que limitam o acesso aos meios legítimos de sobrevivência.

58. A criminologia feminista crítica argumenta que a violência de gênero é frequentemente invisibilizada pelo sistema penal. Essa invisibilidade ocorre porque:
a) Os sistemas penais priorizam crimes de natureza econômica ou patrimonial.
b) As instituições são estruturadas de forma a perpetuar desigualdades de poder.
c) As vítimas não têm acesso a meios de denúncia eficazes.
d) A violência de gênero não é reconhecida como um problema social relevante.
e) A legislação raramente considera a violência de gênero como prioridade.

59. A criminologia contemporânea aborda o conceito de "criminalidade de colarinho branco" como um tipo de delito que:
a) Envolve indivíduos em posições de poder cometendo crimes não violentos em benefício próprio.
b) Está diretamente relacionado ao tráfico de drogas em larga escala.
c) Está restrito a fraudes bancárias de pequeno porte.
d) É exclusivo de classes economicamente vulneráveis.
e) É irrelevante para a economia global devido ao baixo impacto financeiro.

60. A justiça restaurativa, enquanto modelo alternativo ao sistema penal tradicional, tem como objetivo principal:
a) Reintegrar as vítimas e os infratores por meio da reparação dos danos causados.
b) Ampliar o encarceramento para crimes de maior potencial ofensivo.
c) Substituir penas privativas de liberdade por multas e trabalhos comunitários.
d) Promover a reabilitação dos infratores sem envolvimento das vítimas.
e) Eliminar completamente o uso de sanções penais no sistema jurídico.

Gabarito:

1-E, 2-D, 3-B, 4-B, 5-B, 6-B, 7-A, 8-B, 9-C, 10-A, 11-A, 12-B, 13-A, 14-A, 15-B, 16-B, 17-A, 18-B, 19-B, 20-B, 21-A, 22-A, 23-C, 24-B, 25-A, 26-A, 27-A, 28-A, 29-A, 30-A, 31-A, 32-A, 33-A, 34 A, 35-A, 36-A, 37-A, 38-A, 39-A, 40-A, 41-B, 42-C, 43-D, 44-A, 45-C, 46-B, 47-D, 48-C, 49-D, 50-B, 51-E, 52-D, 53-B, 54-B, 55-C, 56-C, 57-C, 58-B, 59-A, 60-A.

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